Recife Observa a Queda do Agreste Enquanto o Mercado Global Avança

Publicado por: FeedNews
09/12/2025 10:12:41
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O polo do Agreste cresceu na produção, mas não evoluiu na comunicação — e agora enfrenta o avanço de concorrentes globais.
O polo do Agreste cresceu na produção, mas não evoluiu na comunicação — e agora enfrenta o avanço de concorrentes globais.

A CAPITAL VÊ DE PERTO A PERDA DE COMPETITIVIDADE DO POLO TÊXTIL POR FALTA DE COMUNICAÇÃO

 

EDITORIAL — Por que o Agreste perdeu o timing da comunicação — e como recuperar o protagonismo antes que seja tarde

Por mais de duas décadas, o Agreste pernambucano sustentou um dos fenômenos mais impressionantes da economia popular brasileira: um polo de moda que cresceu sem mídia, sem campanhas e sem audiovisual estruturado, apoiado quase exclusivamente no fluxo físico de compradores.


Esse modelo funcionou — até deixar de funcionar.

 

Hoje, a falta de comunicação profissional e a dependência excessiva de redes sociais cobram um preço pesado. Enquanto os confeccionistas acreditam que Instagram resolve tudo, marketplaces internacionais avançam com força e tomam espaço diariamente.

 

1. Santa Cruz do Capibaribe: três centros de compras, um mesmo problema

Moda Center Santa Cruz
O maior centro atacadista de moda do Nordeste é um gigante tradicional, mas com comunicação tímida. São mais de vinte anos de história sem que a maioria dos lojistas invista em vídeos, campanhas ou presença audiovisual consistente.

 

Calçadão Moda
Criado para organizar os pequenos confeccionistas das ruas, tornou-se vitrine importante — mas sem voz. Faltam vídeos, campanhas e estratégias que ajudem o pequeno produtor a ser visto.

 

Altas Horas Outlet
Moderno, bonito, bem projetado e recém-inaugurado. Mas praticamente silencioso. Poucas lojas, pouca diversidade e um site esteticamente impecável, porém sem vídeos dos lojistas — exatamente o formato que mais cria desejo no cliente.

 

2. Toritama: a capital do jeans sem narrativa

A cidade que abastece o Brasil inteiro com jeans enfrenta o mesmo cenário: produz muito, mas comunica pouco.
Quem anuncia todos os dias ganha mercado. Quem depende apenas da reputação de anos atrás, perde terreno.

 

3. Caruaru: o gigante adormecido

Maior cidade do Agreste, Caruaru não possui hoje um centro de compras moderno.
Restou uma feira livre desgastada, sem conforto, sem estrutura e sem audiovisual — um contraste enorme frente ao seu potencial regional e turístico.


Falta palco. Falta narrativa. Falta comunicação.

 

4. Onde está a falha? Ninguém contou a história.

O Agreste construiu:

produção excelente

reputação histórica

centros de compras importantes

 

Mas não construiu:

 

presença midiática

campanhas coordenadas

identidade audiovisual

conteúdos contínuos

estratégias comerciais modernas

 

As redes sociais foram tratadas como solução universal, mas são apenas vitrines instáveis e imprevisíveis.

 

5. O risco real: a China não espera

Enquanto o confeccionista local posta um vídeo por semana, os players chineses:

 

publicam milhares de vídeos diariamente

utilizam influenciadores

dominam tráfego pago

entregam preço, qualidade e velocidade

investem agressivamente em comunicação

 

Quem aparece mais, vence mais.
E hoje, quem aparece mais não é o Agreste.

 

6. A solução existe — comunicação regional forte e contínua

O futuro do polo de moda deve passar por um ecossistema audiovisual próprio, estável, local e profissional.
É exatamente esse o espaço que se deve  ocupar:

 

A região não precisa competir com o Instagram e outros players
Precisa contar sua história de forma organizada, profissional e constante.

 

Conclusão

O Agreste continua gigante, mas gigante silencioso.
Num mundo dominado por vídeo, quem não se mostra desaparece — mesmo produzindo bem.

 

O futuro da região não depende apenas do que ela costura.
Depende do que ela comunica.
E, pela primeira vez em décadas, existe um caminho claro para recuperar o protagonismo perdido.

Mike N.

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