A Dor Que Não Aparece: Violência Infantil e Seus Indicadores Silenciosos

Publicado por: FeedNews
15/12/2025 21:17:24
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Mudanças comportamentais persistentes podem ser sinais silenciosos de violência infantil ou adolescente.
Mudanças comportamentais persistentes podem ser sinais silenciosos de violência infantil ou adolescente.

A violência emocional deixa marcas profundas — aprenda a perceber seus primeiros indícios.

 

A violência contra crianças e adolescentes frequentemente se esconde atrás de mudanças comportamentais que, à primeira vista, parecem apenas parte do crescimento. No entanto, quando essas mudanças são intensas, repentinas e persistentes, acendem um alerta que não pode ser ignorado.

 

Muitos sinais são atribuídos a “fase difícil”, “temperamento” ou “hormônios”. Mas, conforme especialistas em saúde mental têm reiterado, algumas alterações indicam que o jovem pode estar enfrentando uma experiência traumática — seja violência psicológica, física, sexual, abandono, ameaças ou bullying, inclusive online.

 

Segundo pesquisa recente do Rating Group, 60% das crianças que não sofrem bullying conversam regularmente com os pais sobre seus sentimentos, enquanto apenas 46% das que sofrem violência têm a mesma abertura. E quanto mais silenciosa a agressão — como ignorar, ameaçar ou praticar cyberbullying — menos a vítima tende a falar.

 

11 Sinais de alerta que merecem atenção

1. Ansiedade e medo

Aparece como medo constante, pânico ou rejeição extrema de determinadas pessoas ou lugares. Alguns adolescentes chegam a criar situações para evitar contato, como se esconder ou inventar desculpas.

 

2. Isolamento

Evitar conversas, afastar-se dos amigos, fechar-se até mesmo para quem antes era referência de confiança.

 

3. Embotamento emocional súbito

Quando o jovem deixa de reagir a situações que antes causavam alegria ou irritação. Um estado de aparência “apagada”, apática, que dura mais de duas semanas.

 

4. Oscilações bruscas de humor

Mudanças exageradas e frequentes, muito acima do que era comum para ele ou ela.

 

5. Desvalorização de si

Frases como “eu não sirvo para nada”, “ninguém liga para mim” ou “eu sempre estrago tudo” podem indicar profundo sofrimento emocional.

 

6. Alterações no sono

Dificuldade para dormir, pesadelos, agitação noturna ou, no extremo oposto, um aumento excessivo do tempo de sono como forma de fuga.

 

7. Alterações na alimentação

Pode incluir compulsão, beliscadas repetidas sem controle ou grande perda de apetite.

 

8. Automutilação

Cortes, queimaduras e lesões justificadas como “acidentes”. Marcas sem explicação clara merecem atenção imediata.

 

9. Mudança repentina no estilo de roupa

Uso excessivo de roupas largas ou que escondem o corpo, mesmo sem motivo aparente.

 

10. Mudança no círculo social

A troca súbita de todos os amigos ou um isolamento completo.

 

11. Ruptura do contato

Quando o adolescente deixa de falar com pessoas próximas ou diminui radicalmente a comunicação. Observar também relatos de professores, treinadores ou pais de amigos pode ajudar a identificar mudanças no comportamento social.

 

Como diferenciar sinais de trauma de comportamentos típicos da idade?

Segundo especialistas, a diferença está na persistência.
A adolescência é marcada por variações — um dia está bem, no outro está irritado. Isso é esperado.

 

O sinal de alerta surge quando o estado negativo se prolonga por semanas ou meses, com pouco ou nenhum alívio. A estagnação emocional é um indicativo importante de sofrimento profundo.

 

Como apoiar uma criança ou adolescente que pode estar sofrendo violência?

Esteja presente, mesmo que o jovem pareça querer distância. A segurança emocional muitas vezes se constrói no silêncio.

Não force confissões. Pressionar gera mais ansiedade e retraimento.

Ofereça apoio sem condições. Uma frase como “estou aqui quando quiser conversar” abre portas.

Procure um especialista quando necessário. Psicólogos são recursos de cuidado, não punição. Se o adolescente não quiser ir, um responsável pode ir primeiro para orientação.

 

Reconhecer sinais, agir com cautela e oferecer apoio consistente pode evitar danos graves e romper ciclos de violência que, muitas vezes, permanecem escondidos dentro de casa, na escola ou nas redes sociais.

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